Roman GłogulskiA Apple adverte que a introdução de lojas externas de iPhone nos países da União Europeia (UE) pode representar uma preocupação significativa em relação à privacidade e à segurança dos usuários. Apesar dos esforços da Apple em termos de segurança, a implementação de novas regulamentações pode apresentar muitos riscos para os usuários.
O Apoio aos Mercados Digitais da União Europeia exige que a Apple abra o iPhone para lojas digitais externas nos países membros da UE, permitindo a instalação de aplicativos de fontes diferentes da App Store. Essa mudança entrará em vigor a partir de março de 2024 na atualização iOS 17.4.
Para se preparar para a introdução das lojas externas, a Apple já apresentou diversas maneiras de modificar as taxas e aprimorar a segurança do usuário. No entanto, a empresa adverte que não pode garantir proteção contra todos os incidentes.
Phil Schiller, chefe da App Store e Apple Fellow, explicou em uma entrevista à Fast Company: “As novas regulamentações, embora proporcionem novas oportunidades aos desenvolvedores, também trazem novos riscos. Não há volta a dar. É por isso que estamos fazendo tudo o que podemos para minimizar esses riscos”.
A introdução das lojas externas significa a existência de um novo método de instalação de aplicativos que contenham código malicioso, o que pode causar inúmeros problemas para os usuários. Por meio da abordagem do “jardim murado” e do processo de revisão da App Store, a Apple é capaz de eliminar tais aplicativos. Somente em 2022, quase 1,7 milhão de aplicativos foram rejeitados devido a violações de privacidade, segurança e padrões de conteúdo.
Devido à possibilidade de um processo de revisão menos restritivo para as lojas externas, a Apple introduziu diversos elementos para aprimorar a segurança, como a certificação de todos os aplicativos antes da instalação no iPhone, independentemente da loja.
“Desenvolvemos mais de 600 novas interfaces de API para fornecer aos desenvolvedores as ferramentas para construir uma loja, instalar aplicativos e dar aos usuários controle sobre esse processo”, disse Schiller. “Também fizemos muito trabalho de engenharia, e continuaremos a fazê-lo”.
Os usuários também verão informações sobre os aplicativos antes da instalação e terão maior controle sobre as opções de loja.
No entanto, Schiller enfatiza que existem limitações para as proteções da Apple, pois eles têm controle limitado sobre o conteúdo dos aplicativos provenientes de lojas externas. O processo de certificação apenas verifica se um aplicativo é seguro e não contém código malicioso.
“No final, há coisas que não permitimos em nossa App Store, coisas que consideramos perigosas ou inadequadas”, disse o Apple Fellow. “Não cabe a nós decidir se outras lojas possuem os mesmos termos e restrições”.
Embora a Apple tenha implementado diretrizes específicas para evitar a exibição de conteúdo inadequado na App Store após anos de colaboração com famílias e governos, “Essas diretrizes não se aplicarão a outras lojas, a menos que elas decidam implementar suas próprias regras com base em critérios próprios”, destaca Schiller.
“Então, isso aumenta o risco para os usuários e famílias encontrarem conteúdo inadequado ou outras experiências? Sim, com certeza”.
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