De acordo com um representante líder da indústria automobilística chinesa, a Europa está começando a perder sua independência e se tornar dependente das baterias chinesas para veículos elétricos. O continente está enfrentando dificuldades com a falta de uma estratégia coesa para aumentar a produção doméstica.
Um relatório do UBS sugere que os fabricantes chineses de baterias capturarão 50% do mercado europeu até 2027, enquanto a participação de mercado das empresas sul-coreanas cairá para 40% no mesmo período. Analisando o aumento das importações baratas de baterias chinesas para a Europa e a falta de apoio às empresas sul-coreanas, há um risco crescente de dependência excessiva em tecnologias importadas.
Em vez de uma citação de Min-suk Sung, diretor comercial do fabricante sul-coreano de baterias SK On, podemos descrever sua declaração afirmando que ele ressalta a necessidade de diversificação de risco e afirma que a situação não pode ser deixada sem solução.
De acordo com especialistas do UBS, “os fabricantes europeus de automóveis estão investindo em novatos locais inexperientes, como a Northvolt, enquanto as empresas sul-coreanas não estão aumentando seus investimentos na produção europeia devido à disponibilidade de subsídios nos Estados Unidos. Isso leva a uma lacuna entre oferta e demanda, que será preenchida no futuro próximo por produtos exportados da China”.
As empresas chinesas CATL e BYD são os maiores fornecedores de baterias para veículos elétricos, enquanto a SK On é o terceiro maior fornecedor mundial fora da China, seguindo sua concorrente sul-coreana LG Energy Solution e a empresa japonesa Panasonic. A SK On opera duas fábricas de baterias na Hungria e está construindo uma terceira no mesmo local.
A SK On também está em negociações para fornecimento de baterias para fabricantes chineses de veículos elétricos que planejam entrar no mercado europeu. Min-suk Sung observou que os fabricantes de baterias chineses não alcançaram o mesmo sucesso que seus concorrentes sul-coreanos na replicação dos processos de produção além das fronteiras de seu próprio país.
De acordo com Sung, os fabricantes de automóveis chineses com quem ele conversou estão buscando expandir seus interesses além da China. Portanto, um fabricante de baterias com infraestrutura estabelecida na região de destino poderia ser um parceiro adequado para eles. A SK On está aberta a colaborações com qualquer fabricante interessado.
A SK On, subsidiária da empresa petroquímica sul-coreana SK Innovation, concentrou a maioria de seus investimentos estrangeiros nos Estados Unidos, onde estabeleceu parcerias com os fabricantes de automóveis Ford e Hyundai. A empresa opera duas fábricas de baterias nos EUA e está construindo mais duas em Kentucky, além de uma em Tennessee e outra em Georgia. Após a conclusão desses investimentos, a SK On terá capacidade de produção de mais de 180 gigawatts-hora, o suficiente para alimentar aproximadamente 2,5 milhões de veículos anualmente.
No entanto, os planos da SK On foram complicados pela interrupção no desenvolvimento da produção de veículos elétricos pelos fabricantes de automóveis americanos no ano passado, à medida que os clientes compravam veículos elétricos em um ritmo mais lento do que o esperado. Fabricantes de baterias sul-coreanos, incluindo a SK On, pausaram ou reduziram seus investimentos na América do Norte.
Min-suk Sung, ex-engenheiro da Ford que trabalha nos Estados Unidos, afirmou que as expectativas sobre o crescimento do interesse por veículos elétricos no país se mostraram “muito altas”. Ele afirmou que a demanda começará a superar a oferta entre 2025 e 2027, quando os fabricantes de automóveis tradicionais lançarem uma ampla gama de modelos em plataformas de veículos elétricos dedicadas.
Sung acrescentou que a SK On se beneficiará do crescimento dinâmico das vendas de veículos elétricos do fabricante sul-coreano Hyundai nos Estados Unidos. Ao lado da marca irmã Kia, a Hyundai superou a Ford e a General Motors, ocupando o segundo lugar em termos de vendas de veículos elétricos nos EUA, logo após a Tesla.
No entanto, o analista do UBS, Tim Bush, destacou que a SK On, que planeja fazer sua oferta pública inicial (IPO) em 2025 ou 2026, terá que competir por condições favoráveis com a LG Energy Solution, um concorrente maior e mais rico que teve um IPO bem-sucedido em 2022.
Isso significa que a SK On depende em grande parte da Ford, que ainda não anunciou seu plano de eletrificação nem lançou uma plataforma de veículos elétricos dedicada no mercado.
Na semana passada, o CEO da Stellantis alertou que os fabricantes de automóveis que negociam reduções rápidas de preço para veículos elétricos correm o risco de causar um “massacre” na indústria, seguindo o anúncio da Ford de cortes na produção de seu veículo elétrico, o F-150 Lightning, para o qual a SK On é a fornecedora de baterias.
Tim Bush afirmou que o plano de sucesso da SK On para sua IPO depende de uma série de fatores imprevisíveis, como a condição financeira de sua empresa controladora, o futuro dos créditos fiscais dos EUA e a capacidade da Ford de gerar demanda. Se os créditos forem retirados ou limitados por um futuro governo republicano, ou se a Ford não atender às expectativas, a SK terá que ajustar seus objetivos.
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